TEMA
A liturgia deste domingo apresenta-nos essa comunidade de Homens Novos que
nasce da cruz e da ressurreição de Jesus: a Igreja. A sua missão consiste em revelar
aos homens a vida nova que brota da ressurreição.
Na primeira leitura temos, numa das "fotografia" que Lucas apresenta da comunidade
cristã de Jerusalém, os traços da comunidade ideal: é uma comunidade formada por
pessoas diversas, mas que vivem a mesma fé num só coração e numa só alma; é uma
comunidade que manifesta o seu amor fraterno em gestos concretos de partilha e de
dom e que, dessa forma, testemunha Jesus ressuscitado.
No Evangelho sobressai a ideia de que Jesus vivo e ressuscitado é o centro da
comunidade cristã; é à volta d’Ele que a comunidade se estrutura e é d’Ele que ela
recebe a vida que a anima e que lhe permite enfrentar as dificuldades e as
perseguições. Por outro lado, é na vida da comunidade (na sua liturgia, no seu amor,
no seu testemunho) que os homens encontram as provas de que Jesus está vivo.
A segunda leitura recorda aos membros da comunidade cristã os critérios que
definem a vida cristã autêntica: o verdadeiro crente é aquele que ama Deus, que adere
a Jesus Cristo e à proposta de salvação que, através dele, o Pai faz aos homens e
que vive no amor aos irmãos. Quem vive desta forma, vence o mundo e passa a
integrar a família de Deus.
LEITURA – Act 4,32-35
A multidão dos que haviam abraçado a fé
tinha um só coração e uma só alma;
ninguém chamava seu ao que lhe pertencia,
mas tudo entre eles era comum.
Os Apóstolos davam testemunho da ressurreição do Senhor Jesus
com grande poder
e gozavam todos de grande simpatia.
Não havia entre eles qualquer necessitado,
porque todos os que possuíam terras ou casas
vendiam-nas e traziam o produto das vendas,
que depunham aos pés dos Apóstolos.
Distribuía-se então a cada um conforme a sua necessidade.
A multidão dos que haviam abraçado a fé
tinha um só coração e uma só alma;
ninguém chamava seu ao que lhe pertencia,
mas tudo entre eles era comum.
Os Apóstolos davam testemunho da ressurreição do Senhor Jesus
com grande poder
e gozavam todos de grande simpatia.
Não havia entre eles qualquer necessitado,
porque todos os que possuíam terras ou casas
vendiam-nas e traziam o produto das vendas,
que depunham aos pés dos Apóstolos.
Distribuía-se então a cada um conforme a sua necessidade.
AMBIENTE
Os "Actos dos Apóstolos" são uma catequese sobre a "etapa da Igreja", isto é, sobre a
forma como os discípulos assumiram o continuaram o projecto salvador do Pai e o
levaram – após a partida de Jesus deste mundo – a todos os homens.
O livro divide-se em duas partes. Na primeira (cf. Act 1-12), a reflexão apresenta-nos a
difusão do Evangelho dentro das fronteiras palestinas, por acção de Pedro e dos
Doze; a segunda (cf. Act 13-28) apresenta-nos a expansão do Evangelho fora da
Palestina (até Roma), sobretudo por acção de Paulo.
O texto que hoje nos é proposto pertence à primeira parte do Livro dos Actos dos
Apóstolos. Faz parte de um conjunto de três sumários, através dos quais Lucas
descreve aspectos fundamentais da vida da comunidade cristã de Jerusalém. Um
primeiro sumário é dedicado ao tema da unidade e ao impacto que o estilo cristão de
página 1
vida provocou no povo da cidade (cf. Act 2,42-47); um segundo sumário (e que é
exactamente o texto que nos é hoje proposto) refere-se sobretudo à partilha dos bens
(cf. Act 4,32-35); o terceiro trata do testemunho que a Igreja dá através da actividade
miraculosa dos apóstolos (cf. Act 5,12-16).
Naturalmente, estes sumários não são um retracto histórico rigoroso da comunidade
cristã de Jerusalém, no início da década de 30 (embora possam ter algumas bases
históricas). Quando Lucas escreve estes relatos (década de 80), arrefeceu já o
entusiasmo inicial dos cristãos: Jesus nunca mais veio para instaurar definitivamente o
"Reino de Deus" e posicionam-se no horizonte próximo as primeiras grandes
perseguições… Há algum desleixo, falta de entusiasmo, monotonia, divisão e
confusão (até porque começam a aparecer falsos mestres, com doutrinas estranhas e
pouco cristãs). Neste contexto, Lucas recorda o essencial da experiência cristã e traça
o quadro daquilo que a comunidade deve ser.
MENSAGEM
Como será, então, essa comunidade ideal, que nasce do Espírito e do testemunho dos
apóstolos?
Em primeiro lugar, é uma comunidade formada por pessoas muito diversas, mas que
abraçaram a mesma fé ("a multidão dos que tinham abraçado a fé" – vers. 32a). A "fé"
é, no Novo Testamento, a adesão a Jesus e ao seu projecto. Para todos os membros
da comunidade, o Senhor Jesus Cristo é a referência fundamental, o cimento que a
todos une num projecto comum.
Em segundo lugar, é uma comunidade unida, onde os crentes têm "um só coração e
uma só alma" (vers. 32a). Da adesão a Jesus resulta, obrigatoriamente, a comunhão e
a união de todos os "irmãos" da comunidade. A comunidade de Jesus não pode ser
uma comunidade onde cada um puxa para o seu lado, preocupado em defender
apenas os seus interesses pessoais; mas tem de ser uma comunidade onde todos
caminham na mesma direcção, ajudando-se mutuamente, partilhando os mesmos
valores e os mesmos ideais, formando uma verdadeira família de irmãos que vivem no
amor. Em terceiro lugar, é uma comunidade que partilha os bens. Da comunhão com Cristo
resulta a comunhão dos cristãos entre si; e isso tem implicações práticas. Em
concreto, implica a renúncia a qualquer tipo de egoísmo, de auto-suficiência, de
fechamento em si próprio e uma abertura de coração para a partilha, para o dom, para
o amor. Expressão concreta dessa partilha e desse dom é a comunhão dos bens:
"ninguém chamava seu ao que lhe pertencia, mas tudo entre eles era comum" – vers.
32b). Num desenvolvimento que explicita este "pôr em comum", Lucas conta que "não
havia entre eles qualquer necessitado, porque todos os que possuíam terras ou casas
vendiam-nas e traziam o produto das vendas, que depunham aos pés dos apóstolos.
Distribuía-se então a cada um conforme a sua necessidade" (vers. 34-35). É uma
forma concreta de mostrar que a vida nova de Jesus, assumida pelos crentes, não é
"conversa fiada"; mas é uma efectiva libertação da escravidão do egoísmo e um
compromisso verdadeiro com o amor, com a partilha, com o dom da vida. Num mundo
onde a realização e o êxito se medem pelos bens acumulados e que não entende a
partilha e o dom, a comunidade de Jesus é chamada a dar exemplo de uma lógica
diferente e a propor uma mundo que se baseie nos valores de Deus.
Finalmente, é uma comunidade que dá testemunho: "os apóstolos davam testemunho
da ressurreição de Jesus com grande poder" (vers. 33). Os gestos realizados pelos
apóstolos infundiam em todos aqueles que os testemunhavam a inegável certeza da
presença de Deus e dos seus dinamismos de salvação.
A primitiva comunidade cristã, nascida do dom de Jesus e do Espírito é,
verdadeiramente, uma comunidade de homens e mulheres novos, que dá testemunho
da salvação e que anuncia a vida plena e definitiva. A fé dos discípulos, a sua união e,
mais do que tudo, essa "ilógica" e "absurda" partilha dos bens eram a "prova provada"
página 2 de que Cristo estava vivo e a actuar no mundo, oferecendo aos homens um mundo
novo. A Cristo ressuscitado, os habitantes de Jerusalém não podiam ver; mas o que
eles podiam ver era a espantosa transformação operada no coração dos discípulos,
capazes de superar o egoísmo, o orgulho e a auto-suficiência e de viver no amor, na
partilha, no dom. Viver de acordo com os valores de Jesus é a melhor forma de
anunciar e de testemunhar que Jesus está vivo.
A comunidade cristã de Jerusalém era, de facto, esta comunidade ideal?
Possivelmente, não (outros textos dos Actos falam-nos de tensões e problemas –
como acontece com qualquer comunidade humana); mas a descrição que Lucas aqui
faz, aponta para a meta a que toda a comunidade cristã deve aspirar, confiada na
força do Espírito. Trata-se, portanto, de uma descrição da comunidade ideal, que
pretende servir de modelo à Igreja e às igrejas de todas as épocas.
ACTUALIZAÇÃO
. A comunidade cristã é uma "multidão" que abraçou a mesma fé – quer dizer, que
aderiu a Jesus, aos seus valores, à sua proposta de vida. A Igreja não é um grupo
unido por uma ideologia, ou por uma mesma visão do mundo, ou pela simpatia
pessoal dos seus membros; mas é uma comunidade que agrupa pessoas de
diferentes raças e culturas, unidas à volta de Jesus e do seu projecto de vida e que
de forma diversa procuram incarnar a proposta de Jesus na realidade da sua vida
quotidiana. Que lugar e que papel Jesus e as suas propostas ocupam na minha
vida pessoal e na vida da minha comunidade cristã? Jesus é uma referência
distante e pouco real, ou é uma presença constante, que me interroga, que me
questiona e que me aponta caminhos?
. A comunidade cristã é uma família unida, onde os irmãos têm "um só coração e
uma só alma". Tal facto resulta da adesão a Jesus: seria um absurdo aderir a
Jesus e ao seu projecto e, depois, conduzir a vida de acordo com mecanismos de
divisão, de afastamento, de egoísmo, de orgulho, de auto-suficiência… A minha
comunidade cristã é uma comunidade de irmãos que vivem no amor, ou é um
grupo de pessoas isoladas, em que cada um procura defender os seus interesses,
mesmo que para isso tenha de magoar e de espezinhar os outros? No que me diz
respeito, esforço-me por amar todos, por respeitar a liberdade e a dignidade de
todos, por potenciar os contributos e as qualidades de todos?
. A comunidade cristã é uma comunidade de partilha. No centro dessa comunidade
está o Cristo do amor, da partilha, do serviço, do dom da vida… O cristão não
pode, portanto, viver fechado no seu egoísmo, indiferente à sorte dos outros
irmãos. Em concreto, o nosso texto fala na partilha dos bens… Uma comunidade
onde alguns esbanjam os bens e onde outros não têm o suficiente para viver
dignamente, será uma comunidade que testemunha, diante dos homens, esse
mundo novo de amor que Jesus veio propor? Será cristão aquele que, embora
indo à igreja só pensa em acumular bens materiais, recusando-se a escutar os
dramas e sofrimentos dos irmãos mais pobres? Será cristão aquele que, embora
contribuindo com dinheiro para as necessidades da paróquia, explora os seus
operários ou comete injustiças?
. A comunidade cristã é uma comunidade que testemunha o Senhor ressuscitado.
Como? Através do discurso apologético dos discípulos? Através de palavras
elegantes e de discursos bem elaborados, capazes de seduzir e de manipular as
massas? O testemunho mais impressionante e mais convincente será sempre o
testemunho de vida dos discípulos… Se conseguirmos criar verdadeiras
comunidades fraternas, que vivam no amor e na partilha, que sejam sinais no
mundo dessa vida nova que Jesus veio propor, estaremos a anunciar que Jesus
está vivo, que está a actuar em nós e que, através de nós, Ele continua a
apresentar ao mundo uma proposta de vida verdadeira.
SALMO RESPONSORIAL – Salmo 117 (118)
Refrão 1: Dai graças ao Senhor, porque Ele é bom,
porque é eterna a sua misericórdia.
Refrão 2: Aclamai o senhor, porque Ele é bom:
o seu amor é para sempre.
Refrão 3: Aleluia.
Diga a casa de Israel:
é eterna a sua misericórdia.
Diga a casa de Aarão:
é eterna a sua misericórdia.
Digam os que temem o Senhor:
é eterna a sua misericórdia.
A mão do Senhor fez prodígios,
A mão do Senhor foi magnífica.
Não morrerei, mas hei-de viver,
para anunciar as obras do Senhor.
Com dureza me castigou o Senhor,
mas não me deixou morrer.
A pedra que os construtores rejeitaram
tornou-se pedra angular.
Tudo isto veio do Senhor:
é admirável aos nossos olhos.
Este é o dia que o Senhor fez:
exultemos e cantemos de alegria.
LEITURA II – 1 Jo 5,1-6
Caríssimos:
Quem acredita que Jesus é o Messias,
nasceu de Deus,
e quem ama Aquele que gerou
ama também Aquele que nasceu d’Ele.
Nós sabemos que amamos os filhos de Deus
quando amamos a Deus e cumprimos os seus mandamentos,
porque o amor de Deus
consiste em guardar os seus mandamentos.
E os seus mandamentos não são pesados,
porque todo o que nasceu de Deus vence o mundo.
Esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé.
Quem é o vencedor do mundo
senão aquele que acredita que Jesus é o Filho de Deus?
Este é o que veio pela água e pelo sangue: Jesus Cristo;
não só com a água, mas com a água e o sangue.
É o Espírito que dá testemunho,
porque o Espírito é a verdade.
AMBIENTE
Não é fácil a identificação do autor da primeira Carta de João. Ele apresenta-se a si
próprio como "o Ancião" (cf. 2 Jo 1; 3 Jo 1) e como testemunha da "Vida" manifestada
em Jesus (cf. 1 Jo 1,1-3; 4,14); mas não refere o seu nome. A opinião tradicional
atribui a primeira Carta de João (como também a segunda e a terceira Cartas de João)
ao apóstolo João; no entanto, essa atribuição é problemática. Em qualquer caso, o
autor da carta é alguém que se move no mundo joânico e que conhece bem a teologia
joânica. Pode ser esse "João, o Presbítero" conhecido da tradição primitiva e que,
aparentemente, era uma personagem distinta do "João, o apóstolo" de Jesus.
Também não há, na Carta, qualquer referência a um destinatário, a pessoas ou a
comunidades concretas. A missiva parece dirigir-se a um grupo de igrejas ameaçadas
pelo mesmo problema (heresias). Trata-se, provavelmente, de igrejas da Ásia Menor
(à volta de Éfeso), como diz a antiga tradição.
O autor não se refere, de forma directa, às circunstâncias que motivaram a
composição da carta. Do tom polémico que atravessa várias passagens, pode
concluir-se que as comunidades às quais a carta se dirige vivem uma crise grave. A
difusão de doutrinas incompatíveis com a revelação cristã ameaça comprometer a
pureza da fé. Quem são os autores dessas doutrinas heréticas? O autor da Carta chama-lhes "anticristos" (1 Jo 2,18.22; 4,3), "profetas da mentira" (1 Jo 4,1), "mentirosos" (1 Jo 2,22).
Diz que eles "são do mundo" (1 Jo 4,5) e deixam-se levar pelo espírito do erro (1 Jo
4,6). Até há pouco tempo pertenciam à comunidade cristã (1 Jo 2,19); mas agora
saíram e procuram desencaminhar os crentes que permaneceram fiéis (cf. 1 Jo 2,26;
3,7). Em que consistia este "erro"? Os heréticos em causa pretendiam "conhecer Deus" (1
Jo 2,4), "ver Deus" (1 Jo 3,6), viver em comunhão com Deus (1 Jo 2,3) e, não
obstante, apresentavam uma doutrina e uma conduta em flagrante contradição com a
revelação cristã. Recusavam-se a ver em Jesus o Messias (cf. 1 Jo 2,22) e o Filho de
Deus (cf. 1 Jo 4,15), recusavam a encarnação (cf. 1 Jo 4,2). Para estes hereges, o
Cristo celeste tinha-se apropriado do homem Jesus de Nazaré na altura do baptismo
(cf. Jo 1,32-33), tinha-o utilizado para levar a cabo a revelação e tinha-o abandonado
antes da paixão, porque o Cristo celeste não podia padecer. O comportamento moral
destes hereges não era menos repreensível: pretendiam não ter pecados (cf. 1 Jo
1,8.10) e não guardavam os mandamentos (cf. 1 Jo 2,4), em particular o mandamento
do amor fraterno (cf. 1 Jo 2,9). Tudo indica que estejamos diante de um desses
movimentos pré-gnósticos que irá desembocar, mais tarde, nos grandes movimentos
gnósticos do séc. II.
O objectivo do autor da Carta é, portanto, advertir os cristãos contra as pretensões
destes pregadores heréticos e explicar-lhes os critérios da vida cristã autêntica. Na
confusão causada pelas doutrinas heréticas, o autor da Carta quer oferecer aos
crentes uma certeza: são eles e não esses profetas da mentira que vivem em
comunhão com Deus e que possuem a vida divina.
Não é fácil a identificação do autor da primeira Carta de João. Ele apresenta-se a si
próprio como "o Ancião" (cf. 2 Jo 1; 3 Jo 1) e como testemunha da "Vida" manifestada
em Jesus (cf. 1 Jo 1,1-3; 4,14); mas não refere o seu nome. A opinião tradicional
atribui a primeira Carta de João (como também a segunda e a terceira Cartas de João)
ao apóstolo João; no entanto, essa atribuição é problemática. Em qualquer caso, o
autor da carta é alguém que se move no mundo joânico e que conhece bem a teologia
joânica. Pode ser esse "João, o Presbítero" conhecido da tradição primitiva e que,
aparentemente, era uma personagem distinta do "João, o apóstolo" de Jesus.
Também não há, na Carta, qualquer referência a um destinatário, a pessoas ou a
comunidades concretas. A missiva parece dirigir-se a um grupo de igrejas ameaçadas
pelo mesmo problema (heresias). Trata-se, provavelmente, de igrejas da Ásia Menor
(à volta de Éfeso), como diz a antiga tradição.
O autor não se refere, de forma directa, às circunstâncias que motivaram a
composição da carta. Do tom polémico que atravessa várias passagens, pode
concluir-se que as comunidades às quais a carta se dirige vivem uma crise grave. A
difusão de doutrinas incompatíveis com a revelação cristã ameaça comprometer a
pureza da fé. Quem são os autores dessas doutrinas heréticas? O autor da Carta chama-lhes "anticristos" (1 Jo 2,18.22; 4,3), "profetas da mentira" (1 Jo 4,1), "mentirosos" (1 Jo 2,22).
Diz que eles "são do mundo" (1 Jo 4,5) e deixam-se levar pelo espírito do erro (1 Jo
4,6). Até há pouco tempo pertenciam à comunidade cristã (1 Jo 2,19); mas agora
saíram e procuram desencaminhar os crentes que permaneceram fiéis (cf. 1 Jo 2,26;
3,7). Em que consistia este "erro"? Os heréticos em causa pretendiam "conhecer Deus" (1
Jo 2,4), "ver Deus" (1 Jo 3,6), viver em comunhão com Deus (1 Jo 2,3) e, não
obstante, apresentavam uma doutrina e uma conduta em flagrante contradição com a
revelação cristã. Recusavam-se a ver em Jesus o Messias (cf. 1 Jo 2,22) e o Filho de
Deus (cf. 1 Jo 4,15), recusavam a encarnação (cf. 1 Jo 4,2). Para estes hereges, o
Cristo celeste tinha-se apropriado do homem Jesus de Nazaré na altura do baptismo
(cf. Jo 1,32-33), tinha-o utilizado para levar a cabo a revelação e tinha-o abandonado
antes da paixão, porque o Cristo celeste não podia padecer. O comportamento moral
destes hereges não era menos repreensível: pretendiam não ter pecados (cf. 1 Jo
1,8.10) e não guardavam os mandamentos (cf. 1 Jo 2,4), em particular o mandamento
do amor fraterno (cf. 1 Jo 2,9). Tudo indica que estejamos diante de um desses
movimentos pré-gnósticos que irá desembocar, mais tarde, nos grandes movimentos
gnósticos do séc. II.
O objectivo do autor da Carta é, portanto, advertir os cristãos contra as pretensões
destes pregadores heréticos e explicar-lhes os critérios da vida cristã autêntica. Na
confusão causada pelas doutrinas heréticas, o autor da Carta quer oferecer aos
crentes uma certeza: são eles e não esses profetas da mentira que vivem em
comunhão com Deus e que possuem a vida divina.
MENSAGEM
Quais são, então, os critérios da vida cristã autêntica, que distinguem os verdadeiros
crentes dos profetas da mentira?
Antes de mais, os verdadeiros crentes são aqueles que amam a Deus e que amam,
também, Jesus Cristo, o Filho que nasceu de Deus (vers. 1). Jesus de Nazaré é, ao
contrário do que diziam os hereges, Filho de Deus desde a encarnação e durante toda
a sua existência terrena. A sua paixão e morte também fazem parte do projecto
salvador de Deus (Jesus veio apresentar aos homens um projecto de salvação, "não
só pela água, mas com a água e o sangue" – vers. 6). No entanto, amar a Deus significa cumprir os seus mandamentos. Quando amamos alguém, procuramos realizar obras que agradem àquele a quem amamos… Não se pode dizer que se ama a Deus se não se cumprem os seus mandamentos… E o
mandamento de Deus é que amemos os nossos irmãos. Todo aquele que se
considera filho de Deus e que pertence à família de Deus deve amar os irmãos que
são membros da mesma família. Quem não ama os irmãos, não pode pretender amar
a Deus e fazer parte da família de Deus (vers. 2-3).
Quando o crente ama a Deus, acredita que Jesus é o Filho de Deus e vive de acordo
com os mandamentos de Deus (sobretudo com o mandamento do amor aos irmãos),
vence o mundo. Amar Deus, amar Jesus e amar os irmãos significa construir a própria
vida numa dinâmica de amor; e significa, portanto, derrotar o egoísmo, o ódio, a
injustiça que caracterizam a dinâmica do mundo (vers. 4-5).
Esta vida nova que permite aos crentes vencer o mundo é oferecida aos homens
através de Jesus Cristo. A vida nova que Jesus veio oferecer chega aos homens pela
"água" (baptismo – isto é, pela adesão a Cristo e à sua proposta) e pelo "sangue"
(alusão à vida de Jesus, feita dom na cruz por amor). O Espírito Santo atesta a
validade e a verdade dessa proposta trazida por Jesus Cristo, por mandato de Deus
Quando o homem responde positivamente ao desafio que Deus lhe faz (baptismo),
oferece a sua vida como um dom de amor para os irmãos (a exemplo de Cristo) e
cumpre os mandamentos de Deus, vence o mundo, torna-se filho de Deus e membro
da família de Deus.
ACTUALIZAÇÃO
. Na perspectiva do autor da primeira Carta de João, o projecto de salvação que
Deus apresentou ao homem passa por Jesus – o Jesus que encarnou na nossa
história, que nos revelou os caminhos do Pai, que com a sua morte mostrou aos
homens o amor do Pai e que nos ensinou a amar até ao extremo do dom total da
vida. Também na paixão e morte de Jesus se nos revela o caminho para nos
tornarmos "filhos de Deus": o processo passa por seguir o caminho de Jesus e por
fazer da nossa vida um dom total de amor a Deus e aos nossos irmãos. Que é que
Jesus significa para nós? Ele foi apenas um "homem bom" que a morte derrubou?
Ou Ele é o Filho de Deus que veio ao nosso encontro para nos propor o caminho
do amor total, a fim de chegarmos à vida definitiva? O caminho do amor, do dom,
do serviço, da entrega que Cristo nos propôs é uma proposta que assumimos e
procuramos viver?
. Amar a Deus e aderir a Jesus implica, na perspectiva do autor da primeira Carta de
João, o amor aos irmãos. Quem não ama os irmãos, não cumpre os mandamentos
de Deus e não segue Jesus. É preciso que a nossa existência – a exemplo de
Jesus – seja cumprida no amor a todos os que caminham pela vida ao nosso lado,
especialmente aos mais pobres, aos mais humildes, aos marginalizados, aos
abandonados, aos sem voz. O amor total e sem fronteiras, o amor que nos leva a
oferecer integralmente a nossa vida aos irmãos, o amor que se revela nos gestos
simples de serviço, de perdão, de solidariedade, de doação, está no nosso
programa de vida?
. O autor da primeira Carta de João ensina, ainda, que o amor a Deus e a adesão a
Cristo "vencem o mundo". Os cristãos não se conformam com a lógica de egoísmo,
de ódio, de injustiça, de violência que governa o mundo; a esta lógica, eles
contrapõem a lógica do amor, a lógica de Jesus. O amor é um dinamismo que
vence tudo aquilo que oprime o homem e que o impede de chegar à vida
verdadeira e definitiva, à felicidade total. Ainda que o amor pareça, por vezes,
significar fragilidade, debilidade, fracasso, frente à violência dos poderosos e dos
senhores do mundo, a verdade é que o amor terá sempre a última e definitiva
palavra. Só ele assegura a vida verdadeira e eterna, só ele é caminho para o
mundo novo e melhor com que os homens sonham.
ALELUIA – Jo 20,29
Aleluia. Aleluia.
Disse o Senhor a Tomé:
«Porque Me viste, acreditaste;
felizes os que acreditam sem terem visto».
EVANGELHO – Jo 20,19-31
Na tarde daquele dia, o primeiro da semana,
estando fechadas as portas da casa
onde os discípulos se encontravam,
com medo dos judeus,
veio Jesus, colocou-Se no meio deles e disse-lhes:
«A paz esteja convosco».
Dito isto, mostrou-lhes as mãos e o lado.
Os discípulos ficaram cheios de alegria ao verem o Senhor.
Jesus disse-lhes de novo:
«A paz esteja convosco.
Assim como o Pai Me enviou, também Eu vos envio a vós».
Dito isto, soprou sobre eles e disse-lhes:
«Recebei o Espírito Santo:
àqueles a quem perdoardes os pecados ser-lhe-ão perdoados;
e àqueles a quem os retiverdes serão retidos».
Tomé, um dos Doze, chamado Dídimo,
não estava com eles quando veio Jesus.
Disseram-lhe os outros discípulos:
«Vimos o Senhor».
Mas ele respondeu-lhes:
«Se não vir nas suas mãos o sinal dos cravos,
se não meter o dedo no lugar dos cravos e a mão no seu lado,
não acreditarei».
Oito dias depois,
estavam os discípulos outra vez em casa,
e Tomé com eles.
Veio Jesus, estando as portas fechadas,
apresentou-Se no meio deles e disse:
«A paz esteja convosco».
Depois disse a Tomé:
«Põe aqui o teu dedo e vê as minhas mãos;
aproxima a tua mão e mete-a no meu lado;
e não sejas incrédulo, mas crente».
Tomé respondeu-Lhe:
«Meu Senhor e meu Deus!»
Disse-lhe Jesus:
«Porque Me viste acreditaste:
felizes os que acreditam sem terem visto».
Muitos outros milagres fez Jesus na presença dos seus discípulos,
que não estão escritos neste livro.
Estes, porém, foram escritos
para acreditardes que Jesus é o Messias, o Filho de Deus,
e para que, acreditando, tenhais a vida em seu nome.
AMBIENTE
Continuamos na segunda parte do Quarto Evangelho, onde nos é apresentada a
comunidade da Nova Aliança. A indicação de que estamos no "primeiro dia da
semana" faz, outra vez, referência ao tempo novo, a esse tempo que se segue à
morte/ressurreição de Jesus, ao tempo da nova criação.
A comunidade criada a partir da acção criadora e vivificadora de Jesus está reunida no
cenáculo, em Jerusalém. Está desamparada e insegura, cercada por um ambiente
hostil. O medo vem do facto de não terem, ainda, feito a experiência de Cristo
ressuscitado.
João apresenta, aqui, uma catequese sobre a presença de Jesus, vivo e ressuscitado,
no meio dos discípulos em caminhada pela história. Não lhe interessa tanto fazer uma
descrição jornalística das aparições de Jesus ressuscitado aos discípulos; interessalhe,
sobretudo, afirmar aos cristãos de todas as épocas que Cristo continua vivo e
presente, acompanhando a sua Igreja. De resto, cada crente pode fazer a experiência
do encontro com o "Senhor" ressuscitado, sempre que celebra a fé com a sua
comunidade.
MENSAGEM
O texto que nos é proposto divide-se em duas partes bem distintas. Na primeira parte
(vers. 19-23), descreve-se uma "aparição" de Jesus aos discípulos. Depois de sugerir
a situação de insegurança e de fragilidade em que a comunidade estava (o
"anoitecer", as "portas fechadas", o "medo"), o autor deste texto apresenta Jesus "no
centro" da comunidade (vers. 19b). Ao aparecer "no meio deles", Jesus assume-se
como ponto de referência, factor de unidade, videira à volta da qual se enxertam os
ramos. A comunidade está reunida à volta dele, pois Ele é o centro onde todos vão
beber essa vida que lhes permite vencer o "medo" e a hostilidade do mundo.
A esta comunidade fechada, com medo, mergulhada nas trevas de um mundo hostil,
Jesus transmite duplamente a paz (vers. 19 e 21: é o "shalom" hebraico, no sentido de
harmonia, serenidade, tranquilidade, confiança, vida plena). Assegura-se, assim, aos
discípulos que Jesus venceu aquilo que os assustava (a morte, a opressão, a
hostilidade do mundo); e que, doravante, os discípulos não têm qualquer razão para
ter medo.
Depois (vers. 20a), Jesus revela a sua "identidade": nas mãos e no lado trespassado,
estão os sinais do seu amor e da sua entrega. É nesses sinais de amor e de doação
que a comunidade reconhece Jesus vivo e presente no seu meio. A permanência
desses "sinais" indica a permanência do amor de Jesus: Ele será sempre o Messias
que ama e do qual brotarão a água e o sangue que constituem e alimentam a
comunidade.
Em seguida (vers. 22), Jesus "soprou" sobre os discípulos reunidos à sua volta. O
verbo aqui utilizado é o mesmo do texto grego de Gn 2,7 (quando se diz que Deus
soprou sobre o homem de argila, infundindo-lhe a vida de Deus). Com o "sopro" de Gn
2,7, o homem tornou-se um ser vivente; com este "sopro", Jesus transmite aos
discípulos a vida nova que fará deles homens novos. Agora, os discípulos possuem o
Espírito, a vida de Deus, para poderem – como Jesus – dar-se generosamente aos
outros. É este Espírito que constitui e anima a comunidade de Jesus.
Na segunda parte (vers. 24-29), apresenta-se uma catequese sobre a fé. Como é que
se chega à fé em Cristo ressuscitado?
João responde: podemos fazer a experiência da fé em Cristo vivo e ressuscitado na
comunidade dos crentes, que é o lugar natural onde se manifesta e irradia o amor de
Jesus. Tomé representa aqueles que vivem fechados em si próprios (está fora) e que
não faz caso do testemunho da comunidade, nem percebe os sinais de vida nova que
nela se manifestam. Em lugar de integrar-se e participar da mesma experiência,
pretende obter (apenas para si próprio) uma demonstração particular de Deus.
Tomé acaba, no entanto, por fazer a experiência de Cristo vivo no interior da
comunidade. Porquê? Porque no "dia do Senhor" volta a estar com a sua comunidade.
É uma alusão clara ao domingo, ao dia em que a comunidade é convocada para
celebrar a Eucaristia: é no encontro com o amor fraterno, com o perdão dos irmãos,
com a Palavra proclamada, com o pão de Jesus partilhado, que se descobre Jesus
ressuscitado.
A experiência de Tomé não é exclusiva das primeiras testemunhas; mas todos os
cristãos de todos os tempos podem fazer esta mesma experiência.
ACTUALIZAÇÃO
. Antes de mais, a catequese que João nos apresenta garante-nos a presença de
Cristo no meio da sua comunidade em marcha pela história. Os discípulos de
Jesus vivem no mundo, numa situação de fragilidade e de debilidade;
experimentam, como os outros homens e mulheres, o sofrimento, o desalento, a
frustração, o desânimo; têm medo quando o mundo escolhe caminhos de guerra e
de violência; sofrem quando são atingidos pela injustiça, pela opressão, pelo ódio
do mundo; conhecem a perseguição, a incompreensão e a morte… Mas são
sempre animados pela esperança, pois sabem que Jesus está presente,
oferecendo-lhes a sua paz e apontando-lhes o horizonte da vida definitiva. O
cristão é sempre animado pela esperança que brota da presença a seu lado de
Cristo ressuscitado. Não devemos, nunca, esquecer esta realidade.
. A presença de Cristo ao lado dos seus discípulos é sempre uma presença
renovadora e transformadora. É esse Espírito que Jesus oferece continuamente
aos seus, que faz deles homens e mulheres novos, capazes de amar até ao fim,
ao jeito de Jesus; é esse Espírito que Jesus oferece aos seus, que faz deles
testemunhas do amor de Deus e que lhes dá a coragem e a generosidade para
continuarem no mundo a obra de Jesus.
. A comunidade cristã gira em torno de Jesus, é construída à volta de Jesus e é de
Jesus que recebe vida, amor e paz. Sem Jesus, estaremos secos e estéreis,
incapazes de encontrar a vida em plenitude; sem Ele, seremos um rebanho de
gente assustada, incapaz de enfrentar o mundo e de ter uma atitude construtiva e
transformadora; sem Ele, estaremos divididos, em conflito, e não seremos uma
comunidade de irmãos… Na nossa comunidade, Cristo é verdadeiramente o
centro? É para Ele que tudo tende e é d’Ele que tudo parte?
. A comunidade tem de ser o lugar onde fazemos, verdadeiramente, a experiência
do encontro com Jesus ressuscitado. É nos gestos de amor, de partilha, de
serviço, de encontro, de fraternidade (no "lado trespassado" e nas chagas de
Jesus, expressões do seu amor), que encontramos Jesus vivo, a transformar e a
renovar o mundo. É isso que a nossa comunidade testemunha? Quem procura
Cristo ressuscitado, encontra-o em nós? O amor de Jesus – amor total, universal e
sem medida – transparece nos nossos gestos?
. Não é em experiências pessoais, íntimas, fechadas, egoístas, que encontramos
Jesus ressuscitado; mas encontramo-l’O no diálogo comunitário, na Palavra
partilhada, no pão repartido, no amor que une os irmãos em comunidade de vida.
O que é que significa, para mim, a Eucaristia?
ALGUMAS SUGESTÕES PRÁTICAS PARA O 2º DOMINGO DE PÁSCOA
1. A LITURGIA MEDITADA AO LONGO DA SEMANA.
Ao longo dos dias da semana anterior ao 2º Domingo de Páscoa, procurar meditar a
Palavra de Deus deste domingo. Meditá-la pessoalmente, uma leitura em cada dia, por
exemplo… Escolher um dia da semana para a meditação comunitária da Palavra: num
grupo da paróquia, num grupo de padres, num grupo de movimentos eclesiais, numa
comunidade religiosa… Aproveitar, sobretudo, a semana para viver em pleno a
Palavra de Deus.
2. BILHETE DE EVANGELHO.
Apenas Jesus viveu a sua passagem da morte à vida. Os seus discípulos vão passar
do medo à alegria e à paz, basta-lhes uma palavra – «a paz esteja convosco» – e
verem as chagas ainda visíveis no Ressuscitado. Basta-lhes um sopro, o do Espírito
de Cristo, para se tornarem embaixadores da reconciliação. Tomé vai passar da
dúvida à fé, basta-lhe ver e tocar o que Cristo lhe oferece, então ele crê. «Há muitos
outros sinais» cumpridos pelo Ressuscitado, precisa o evangelista, mas os que aqui
são referidos são-no para que nós mesmos passemos do questionamento à afirmação
– «Ele ressuscitou verdadeiramente!» – e para que O reconheçamos hoje, porque Ele
não cessa de fazer sinal ainda e sempre.
3. À ESCUTA DA PALAVRA.
«Meu Senhor e meu Deus!»
Há a «fé do carvoeiro». Ela não coloca qualquer questão. Ela é, muitas vezes, em si
mesma, muito sólida, não se deixa levar por qualquer dúvida. E há uma fé «inquieta»,
que não fica em repouso, que procura compreender. A dúvida, então, faz parte desta
fé. Certamente, pode haver dúvidas destrutivas, aquela que nasce, por exemplo, de
uma inveja, porque se desconfia da infidelidade do outro. Tal não é a dúvida de Tomé.
Ele gostaria de acreditar no que lhe dizem os companheiros. Mas esta história da
ressurreição de Jesus parece-lhe de tal modo fora da experiência humana mais
comum e mais constante, que ele pede, de qualquer modo, um complemento de
informação e para ver de mais perto. Não recusa crer, ele quer compreender melhor. A
sua dúvida não é fechada, exprime um desejo de ser apoiada na fé. «Deixa de ser
incrédulo, sê crente». Mais do que uma reprovação, Jesus dirige-lhe um convite a ter
uma confiança maior, total. Então, o Tomé da dúvida torna-se o Tomé que proclama a
sua fé como nenhum dos seus discípulos o fez. Ele grita: «Meu Senhor e meu Deus!»
A Igreja não abandonará jamais esta profissão de fé. Hoje ainda, ela termina grande
parte das orações dirigidas ao Pai, dizendo: «Por Jesus Cristo, vosso Filho, nosso
Deus e Senhor». São as próprias palavras de Tomé que alimentam a fé e a oração da
Igreja. Então, bem-aventurado Tomé!
4. PARA A SEMANA QUE SE SEGUE…
Com Tomé.
Ao longo da semana que se segue, a partir do grande encontro que Cristo teve
connosco na celebração deste domingo, esforcemo-nos em lhe dizer, como Tomé, a
nossa fé. Somos chamados a um diálogo do coração… Mas daí jorrará uma
verdadeira felicidade, que poderemos então partilhar à nossa volta.
olá, adorei o seu blog, sou fanático por liturgia, mas, quem é voce? è porque não tem foto... e u gostaria de saber quem és?
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