sábado, 29 de agosto de 2009

HÓSTIA - o que esta palavra lhe sugere?


Certa vez, pensando sobre o “Sacramento da Caridade”, me fiz a seguinte pergunta: Por que será que costumamos associar “eucaristia” com “hóstia”. Fala-se em adorar a hóstia, ajoelhar-se diante da hóstia, levar a hóstia em procissão (na festa de Corpus Christi), guardar a hóstia... Uma criança chegou certa vez para a catequista e perguntou: “Tia, quanto tempo falta para eu tomar a hóstia?” (Referia-se à primeira comunhão).
Tive então a idéia de ir atrás da origem da palavra “hóstia”. Corri para um dicionário (aliás, vários), e me dei conta que esta palavra vem do latim. Descobri que, em latim, “hóstia” é praticamente sinônimo de “vítima”. Ao animal sacrificado em honra dos deuses, à vítima oferecida em sacrifício à divindade, os romanos (que falavam latim) chamavam de “hóstia”. Ao soldado tombado na guerra vítima da agressão inimiga, defendendo o imperador e a pátria, chamavam de “hóstia”.
Ligada à palavra “hóstia” está a palavra latina “hóstis”, que significa: “o inimigo”. Daí vem a palavra “hostil” (agressivo, ameaçador, inimigo), “hostilizar” (agredir, provocar, ameaçar). E a vítima fatal de uma agressão, por conseguinte, é uma “hóstia”.
Então, aconteceu o seguinte: O cristianismo, ao entrar em contato com a cultura latina, agregou no seu linguajar teológico e litúrgico a palavra “hóstia”, exatamente para referir-se à maior “vítima” fatal da agressão humana: Cristo morto e ressuscitado. Os cristãos adotaram a palavra “hóstia” para referir-se ao Cordeiro imolado (vitimado) e, ao mesmo tempo ressuscitado, presente no memorial eucarístico.
A palavra “hóstia” passa, pois, a significar a realidade que Cristo mesmo mostrou naquela ceia derradeira: “Isto é o meu corpo entregue... o meu sangue derramado”. O pão consagrado, portanto, é uma “hóstia”, aliás, a “hóstia” verdadeira, isto é, o próprio Corpo do ressuscitado, uma vez mortalmente agredido pela maldade humana, e agora vivo entre nós feito pão e vinho, entregue para ser comida e bebida: Tomai e comei..., tomai e bebei...
Infelizmente, com o correr dos tempos, perdeu-se muito este sentido profundamente teológico e espiritual que assumiu a palavra “hóstia” na liturgia do cristianismo romano primitivo, e se fixou quase que só na materialidade da “partícula circular de massa de pão ázimo que é consagrada na missa”. A tal ponto de acabamos por chamar de “hóstia” até mesmo as partículas ainda não consagradas!
Hoje, quando falo em “hóstia”, penso na “vítima pascal”, penso na morte de Cristo e sua ressurreição, penso no mistério pascal. Hóstia para mim é isto: a morte do Senhor e sua ressurreição, sua total entrega por nós, presente no pão e no vinho consagrados. Por isso que, após a invocação do Espírito Santo sobre o pão e o vinho e a narração da última ceia do Senhor, na missa, toda a assembléia canta: “Anunciamos, Senhor, a vossa morte, proclamamos a vossa ressurreição. Vinde, Senhor Jesus”.
Diante desta “hóstia”, isto é, diante deste mistério, a gente se inclina em profunda reverência, se ajoelha e mergulha em profunda contemplação, assumindo o compromisso de ser também assim: corpo oferecido “como hóstia viva, santa, agradável a Deus” (Rm 12,1). Adorar a “hóstia” significa render-se ao seu mistério para vivê-lo no dia-a-dia. E comungar a “hóstia” significa assimilar o seu mistério na totalidade do nosso ser para se tornar o que Cristo é: entrega de si a serviço dos irmãos, hóstia.
E agora entendo melhor quando o Concílio Vaticano II, ao exortar para a participação consciente, piedosa e ativa no “sacrossanto mistério da eucaristia”, completa: “E aprendam a oferecer-se a si próprios (grifo nosso) oferecendo a hóstia imaculada, não só pelas mãos do sacerdote, mas também juntamente com ele e, assim, tendo a Cristo como Mediador, dia a dia se aperfeiçoem na união com Deus e entre si, para que, finalmente, Deus seja tudo em todos” (SC 48).

terça-feira, 25 de agosto de 2009

O CANTO DE ABERTURA DA MISSA - Para acolher o celebrante?

A missa está para começar. A hora chegou. O sino tocou. Todos se acomodaram no recinto sagrado. Tudo arrumado. Instrumentos musicais afinados. Concentração geral. O presidente da celebração, ladeado pelos demais ministros e ministras (diácono, acólitos, leitores, ministros da comunhão eucarística, portador da cruz processional, portadores de velas etc.), à porta principal da igreja, prontos para a procissão de entrada. De repente, ouve-se o convite do(a) comentarista: “Irmãos e irmãs, vamos acolher com alegria o nosso celebrante [às vezes até se diz o nome dele] e os ministros com o canto de entrada”.
Ouvindo certa vez este convite, pensei em pesquisar sobre a finalidade do canto de abertura da celebração. E isso com base numa dúvida que me surgiu na cabeça: Será que a finalidade do canto de entrada é mesmo a de acolher o celebrante e seus ministros?
Olhando a Instrução Geral sobre o Missal Romano, fui descobrir que esse canto faz parte dos ritos iniciais da celebração. E qual é a finalidade destes ritos? É “fazer com que os fiéis, reunindo-se em assembléia, constituam uma comunhão e se disponham para ouvir atentamente a palavra de Deus e celebrar dignamente a Eucaristia” (n. 46). Em seguida se diz: “Reunido o povo, enquanto o sacerdote entra com o diácono e os ministros, começa o canto de entrada. A finalidade desse canto é abrir a celebração, promover a união da assembléia, introduzir no mistério do tempo litúrgico ou da festa, e acompanhar a procissão do sacerdote e dos ministros (grifo meu)” (n. 47).
Reparem bem a finalidade do canto de abertura: abrir a celebração, promover a união da assembléia, introduzir no mistério do tempo litúrgico ou da festa, acompanhar a procissão do sacerdote e dos ministros. Isso por quê? Porque esse canto faz parte dos ritos iniciais. Assim sendo, ele visa contribuir (também) para que “os fiéis, reunindo-se em assembléia, constituam uma comunhão e se disponham para ouvir atentamente a palavra de Deus e celebrar dignamente a Eucaristia”.
E vejam como nosso irmão músico e teólogo liturgista Frei Joaquim Fonseca explicita em outras palavras o que vimos há pouco. Escreve ele: O canto de abertura “tem como principal finalidade constituir e congregar a assembléia, introduzindo-a no mistério que será celebrado. Se este canto estiver devidamente integrado ao momento ritual (dos ritos iniciais), em consonância com o tempo do ano litúrgico, com o tipo de celebração, com as características da assembléia..., ele cumprirá sua função de reunir os irmãos e irmãos no mesmo sentir. A assembléia assim reunida é sinal sacramental da Igreja, corpo místico de Cristo, e estará preparada para escutar a palavra e para participar da mesa eucarística” (Cantando a missa e o ofício divino, São Paulo, Paulus, p. 15).
Em outras palavras, poderíamos então dizer: O canto de abertura visa no fundo levar-nos a fazer a experiência de sermos um Povo convocado e reunido pelo próprio Deus em sua casa e, aí, sentirmo-nos de fato assembléia do Senhor, povo sacerdotal, corpo de Cristo... Que coisa linda e maravilhosa!
E aí eu chego à conclusão: Dizer que o canto de abertura tem como função simplesmente “acolher” o celebrante (o sacerdote) e seus ministros, é muito pouco. Pouco demais. E até empobrece o seu verdadeiro sentido. Esse canto não existe para “acolher” sacerdote e seus ministros mas, no fundo, para nos levar a sentir que todos (inclusive o sacerdote e os ministros) somos acolhidos: Acolhidos por Deus!... Leva-nos a nos sentir congregados por Deus como seu Povo e unidos pelo Espírito como corpo de Cristo para a escuta atenta da Palavra e a celebração digna da Eucaristia. É toda a assembléia que deve sentir-se acolhida e unida, no embalo do canto de abertura que acompanha a ação ritual da procissão de entrada.


Perguntas para reflexão pessoal e em grupos:

1. Como se costuma anunciar e motivar o canto de abertura da missa em sua comunidade?
2. Qual a função e a finalidade do canto de abertura na missa?
3. A Igreja nos ensina que o canto de abertura tem como uma das funções “acompanhar a procissão do sacerdote e dos ministros”. Note-se que não se fala em “acolher” o sacerdote e os ministros. Por que será?
4. Quem é “acolhido” com o canto de abertura na missa?
5. Qual a conclusão que você tira a partir desta reflexão?



sábado, 22 de agosto de 2009

Cantos - Missas do mês de setembro

XXIII Domingo do Tempo Comum

1. ENTRADA (CD Liturgia VII, faixa 11)
Ref.: Deus, nosso Pai Protetor,Dá-nos hoje um sinal de tua graça!Por teu ungido, ó Senhor,Estejamos pra sempre em tua casa!
1. Ó Senhor, põe teu ouvidoBem aqui, pra me escutar.Infeliz eu sou e pobre,Vem depressa me ajudar!Teu amigo eu sou, tu sabes,Só em ti vou confiar.
3. Tu és bom e compassivoE a quem pede, dás perdão.Dá ouvido a meus pedidos:Meu lamento é oração.Na hora amarga eu te procuro,Sei que não te chamo em vão.
2. Compaixão de mim, Senhor!Eu te chamo, noite e dia.Vem me dar força e coragemE aumentar minha alegria.Eu te faço minha prece,Pois minhalma em ti confia.
4. Não existe nenhum Deus,Para contigo se igualar,Nem no mundo existe nadaQue se possa compararÀs belezas que na terraTeu amor soube criar.

2. ACLAMAÇÃO (CD Liturgia VI, melodia da faixa 10)
Aleluia, aleluia,/ Aleluia, aleluia,/ Aleluia, aleluia,/ Aleluia, aleluia! (bis).
Tanta coisa boa fez/ e bem feito ele fez tudo:/ fez os surdos escutarem,/ ele fez falar o mudo!

3. OFERTÓRIO (CD Liturgia VII, faixa 4)
1. As mesmas mãos que plantaram a semente aqui estão. O mesmo pão que a mulher preparou aqui está. O vinho novo que a uva sangrou jorrará no nosso altar.!
A liberdade haverá, a igualdade haverá e nesta festa onde a gente é irmão o Deus da vida se faz comunhão! (bis)
2. Na flor do altar o sonho da paz mundial. A luz acesa é fé que palpita hoje em nós do livro aberto o amor se derrama total no nosso altar!
3. Benditos sejam os frutos da terra de Deus, benditos sejam o trabalho e a nossa união. Bendito seja Jesus que conosco estará além do altar!

4. COMUNHÃO (CD Liturgia IX, faixa 11, exceto o refrão)
Todas as coisas bem * fez o Senhor Jesus, * ouvir os surdos fez, dos cegos foi a luz; * os mudos fez falar Cristo Jesus.
1. Meu coração penetras * e lês meus pensamentos. * Se luto ou se descanso, * tu vês meus movi­mentos. * De todas as minhas palavras * tu tens conhecimento.
2. Quisesse eu me esconder * do teu imenso olhar, * subir até o céu, * na terra me entranhar, * atrás do horizonte, * lá, iria te encontrar!
3. Por trás e pela frente, * teu ser me envolve e cerca. * O teu saber me encanta, * Me excede e me supera. * Tua mão me acompanha, * me guia e me acoberta.
4. Se a luz do sol se fosse, * Que escuridão seria!... * Se as trevas me envolvessem, * o que adiantaria?... * Pra ti, Senhor, a noite * é clara como o dia!
5 As fibras do meu corpo * teceste e entrançaste. * No seio de minha mãe * bem cedo me formaste. * Melhor do que ninguém * me conheceste e amaste!
6. Teus planos insondáveis! * Sem fim, tuas maravilhas! * Contá-las eu quisera, * mas quem o poderia?... * Como da praia a areia, * só tu as saberias?
7. Que os maus da terra sumam, * pereçam os violentos, * que tramam contra ti, * com vergonhoso intento, * abusam do teu nome * para seus planos sangrentos.
8. Mas vê meu coração * e minha angústia sente! * Olha, Senhor, meus passos, * se vou erradamente! * Me bota no caminho * da vida para sempre!


XXIV Domingo do Tempo Comum

1. ENTRADA (CD Liturgia VII, faixa 9)
Senhor, escuta as preces do servo teu, do povo teu eleito e bem amado; dá paz aos que em ti crêem e verdadeiros teus mensageiros se achem comprovados!
1. Quem confia no Senhor, é qual monte de Sião: não tem medo, não se abala, está bem firme no seu chão.
2. As montanhas rodeiam a feliz Jerusalém. O Senhor cerca seu povo, para não temer ninguém.
3. A mão dura dos malvados não esmague as criaturas, para os justos não mancharem suas mãos em aventuras.
4. Venha a paz para o teu povo, o teu povo de Israel. Venha a paz para o teu povo, pois tu és um Deus fiel.

2. ACLAMAÇÃO (CD VI, melodia da faixa 10)
Aleluia, Aleluia, * Aleluia, Aleluia (bis)
Eu de nada me glorio, * a não ser, da cruz de Cristo; * vejo o mundo em cruz pregado * e pro mundo em cruz me avisto!

3. OFERTÓRIO (Igual ao do XXIII Domingo)

4. COMUNHÃO (CD Liturgia IX, faixa 11)
Se alguém me quer seguir, * a si tem que negar, * tomar a cruz e vir * comigo a caminhar... * se alguém me quer seguir, * a cruz tomar!
1. Meu coração penetras * e lês meus pensamentos. * Se luto ou se descanso, * tu vês meus movimentos. * De todas as minhas palavras * tu tens conhecimento.
2. Quisesse eu me esconder * do teu imenso olhar, * subir até o céu, * na terra me entranhar, * atrás do horizonte, * lá, iria te encontrar!
3. Por trás e pela frente, * teu ser me envolve e cerca. * O teu saber me encanta, * Me excede e me supera. * Tua mão me acompanha, * me guia e me acoberta.
4. Se a luz do sol se fosse, * Que escuridão seria!... * Se as trevas me envolvessem, * o que adiantaria?... * Pra ti, Senhor, a noite * é clara como o dia!
5 As fibras do meu corpo * teceste e entrançaste. * No seio de minha mãe * bem cedo me formaste. * Melhor do que ninguém * me conheceste e amaste!
6. Teus planos insondáveis! * Sem fim, tuas maravilhas! * Contá-las eu quisera, * mas quem o poderia?... * Como da praia a areia, * só tu as saberias?
7. Que os maus da terra sumam, * pereçam os violentos, * que tramam contra ti, * com vergonhoso intento, * abusam do teu nome * para seus planos sangrentos.
8. Mas vê meu coração * e minha angústia sente! * Olha, Senhor, meus passos, * se vou erradamente! * Me bota no caminho * da vida para sempre!


XXV Domingo do Tempo Comum

1. ENTRADA (Igual a do XXIV Domingo)

2. ACLAMAÇÃO (CD Liturgia VI, melodia da faixa 10)
Aleluia, Aleluia, * Aleluia, Aleluia (bis)
Eu te louvo, ó Pai Santo * Deus do céu, Senhor da terra: * os mistérios do teu reino aos pequenos, * Pai, revelas!

3. OFERTÓRIO (Igual ao do XXIII Domingo)

4. COMUNHÃO (CD Liturgia IX, faixa 11)
Primeiro quem será? * o último há de ser... * A todos vai servir, * Jesus nos vem dizer... * Primeiro há de ser, * quem mais servir!
1. Meu coração penetras * e lês meus pensamentos. * Se luto ou se descanso, * tu vês meus movimentos. * De todas as minhas palavras * tu tens conhecimento.
2. Quisesse eu me esconder * do teu imenso olhar, * subir até o céu, * na terra me entranhar, * atrás do horizonte, * lá, iria te encontrar!
3. Por trás e pela frente, * teu ser me envolve e cerca. * O teu saber me encanta, * Me excede e me supera. * Tua mão me acompanha, * me guia e me acoberta.
4. Se a luz do sol se fosse, * Que escuridão seria!... * Se as trevas me envolvessem, * o que adiantaria?... * Pra ti, Senhor, a noite * é clara como o dia!
5 As fibras do meu corpo * teceste e entrançaste. * No seio de minha mãe * bem cedo me formaste. * Melhor do que ninguém * me conheceste e amaste!
6. Teus planos insondáveis! * Sem fim, tuas maravilhas! * Contá-las eu quisera, * mas quem o poderia?... * Como da praia a areia, * só tu as saberias?


XXVI Domingo do Tempo Comum

1. ENTRADA (Igual a do XXIV Domingo)

2. ACLAMAÇÃO (CD Liturgia VI, melodia da faixa 10)
Aleluia, Aleluia, * Aleluia, Aleluia (bis)
Tua palavra é verdade, orienta e dá vigor; na verdade santifica o teu povo, ó Senhor!

3. OFERTÓRIO (Igual ao do XXIII Domingo)

4. COMUNHÃO (CD Liturgia IX, faixa 13)
É melhor, com apenas um olho, * dar entrada no reino de Deus, * do que ter os dois olhos perfeitos * e do reino da morte ser réu!
1. Louvai, ó servos do Senhor, louvai, * ao nome santo do Senhor cantai! * Agora e para sempre é celebrado, * desde o nascer ao pôr do sol louvado.
2. Acima das nações domina Deus, * sua glória é maior que nos altos céus. * Ninguém igual a Deus, que das alturas * se inclina, para olhar as criaturas.
3. Do chão levanta o fraco humilhado * e tira da miséria o rejeitado. * Faz deles com os grandes uma família, * da estéril, mãe feliz de filhos.
4. Louvado seja o Pai, Deus criador, * louvado seja o Filho, redentor! * Louvado seja o Espírito de Amor * Três vezes santo, altíssimo Senhor!


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