quinta-feira, 18 de junho de 2009

Sagrado Coração de Jesus - 19 de Junho


Os Santos Padres muitas vezes falaram do Coração de Cristo como símbolo de seu amor, tomando-o da Escritura: "Beberemos da água que brotaria de seu Coração....quando saiu sangue e água" (Jo 7,37; 19,35).
Na Idade Média começaram a considera-lo como modelo de nosso amor, paciente por nossos pecados, a quem devemos reparar entregando-lhe nosso coração (santas Lutgarda, Matilde, Gertrudes a Grande,Margarita de Cortona, Angela de Foligno, São Boaventura, etc.).
No século XVII estava muito expandida esta devoção. São João Eudes, já em 1670, introduziu a primeira festa pública do Sagrado Coração.
Em 1673, Santa Margarida Maria de Alocoque começou a ter uma série de revelações que a levaram à santidade e ao impulso de formar uma equipe de apóstolos desta devoção. Com seu zelo conseguiram um enorme impacto na Igreja.
Foram divulgados inúmeros livros e imagens. As associações do Sagrado Coração subiram em um século, desde meados do XVIII, de 1000 a 100.000. umas vinte congregações religiosas e vários institutos seculares foram fundados para estender seu culto de mil formas.
O apostolado da Oração, que pretende conseguir nossa santificação pessoal e a salvação do mundo mediante esta devoção, contava já em 1917 com 20 milhões de associados. E em 1960 chegava ao dobro em todo o mundo, passando de um milhão na Espanha; suas 200 revistas tinham 15 milhões de inscrições. A maior instituição de todo o mundo.
A Oposição a este culto sempre foi grande, sobretudo no século XVIII por parte dos jansenistas, e recebeu um forte golpe com a supressão da Companhia de Jesus (1773).Na Espanha foram proibidos os livros sobre o Sagrado Coração. O imperador da Áustria deu ordem que desaparecessem suas imagens de todas as Igrejas e capelas. Nos seminários era ensinado: "a festa do Sagrado Coração provocou um grave mancha sobre a religião".
A Europa oficial rejeitou o Coração de Cristo e em seguida foi assolada pelos horrores da Revolução francesa e das guerras napoleônicas. Mas depois da purificação, ressurgiu de novo com mais força que nunca.
Em 1856 Pio IX estendeu sua festa a toda a Igreja. Em 1899 Leão XIII consagrou o mundo ao Sagrado Coração de Jesus (o Equador tinha se consagrado em 1874).
E a Espanha em 1919, em 30 de maio, também se consagrou publicamente ao Sagrado Coração no Monte dos Anjos. Onde foi gravado, sob a estátua de Cristo, aquela promessa que fez ao pai Bernardo de Hoyos, S. J., em 14 de maio de 1733, mostrando-lhe seu Coração, em Valladolid (Santuário da Grande Promessa), e dizendo-lhe: "Reinarei na Espanha com mais Veneração que em muitas outras partes" (Até então a América também era Espanha).
O CORAÇÃO DE JESUS NA LITURGIA
A liturgia é o culto público, quer dizer, os atos sagrados que por instituição de Cristo ou da Igreja, em seu nome, são realizados seguindo os livros litúrgicos oficiais.
Evidentemente refletem de modo autêntico o sentir e a fé da Igreja. Na liturgia são verificados especialmente a potestade de magistério. Quando o magistério propõe aos fiéis como devem render culto a Deus, tem uma particular assistência do Espírito Santo para não equivocar-se e oferecer um caminho certo e seguro de santificação, já que se trata da mais importante finalidade da Igreja.
Onde principalmente se ensina aos fiéis a doutrina e a vida cristã, é na Missa. Pois, bem, o culto público ao Sagrado Coração, foi canonizado em 1765 por Clemente XIII, ao introduzir sua festa litúrgica, com Missa e ofícios próprios.
Este ensinamento, mediante a liturgia, é dada pela Igreja com frases suas ou com frases tomadas da Escritura (quer em seu sentido próprio, quer em seu sentido ajustado). Nas recentes modificações introduzidas com novas leituras e o evangelho na nova missa do Sagrado Coração , o tema bíblico dominante é o do amor a Cristo que se apresenta como Bom Pastor.
A importância que a Igreja concede atualmente ao Sagrado Coração, esta sublinhada pela categoria de sua festa, solenidade de primeira classe, das quais há somente 14 ao ano no calendário universal.
Além disso, a festa de Cristo Rei, também solenidade de primeira classe, esta estreitamente unida à espiritualidade do Sagrado Coração. Pio XI declarou ao instituí-la que precisamente a Cristo é reconhecido como Rei, por famílias, cidades e nações, mediante a consagração a seu Coração. E determinou que em tal festa fosse renovado todos os anos a consagração do mundo ao Coração de Cristo.
Toda esta atitude litúrgica da Igreja tem a finalidade de estimular nossa prática cristã pondo especial interesse em celebrar sua festa: comungando, assimilando seus ensinamentos, utilizando as orações litúrgicas, a consagração, etc. Como dizia Pio XI na encíclica Quas primas: "As celebrações anuais da liturgia têm uma eficácia maior que os solenes documentos do magistérios para formar ao povo nas coisas da fé".

terça-feira, 9 de junho de 2009

Festa de Corpus Christi


A Festa de Corpus Christi é a celebração em que solenemente a Igreja comemora a instituição do Santíssimo Sacramento da Eucaristia; sendo o único dia do ano que o Santíssimo Sacramento sai em procissão às nossas ruas. Propriamente é a Quinta-feira Santa o dia da instituição, mas a lembrança da Paixão e Morte do Salvador não permite uma celebração festiva. Por isso, é na Festa de Corpus Christi que os fiéis agradecem e louvam a Deus pelo inestimável dom da Eucaristia, na qual o próprio Senhor se faz presente como alimento e remédio de nossa alma. A Eucaristia é fonte e centro de toda a vida cristã. Nela está contido todo o tesouro espiritual da Igreja, o próprio Cristo.A Festa de Corpus Christi surgiu no séc. XIII, na diocese de Liège, na Bélgica, por iniciativa da freira Juliana de Mont Cornillon, (†1258) que recebia visões nas quais o próprio Jesus lhe pedia uma festa litúrgica anual em honra do sacramento da Eucaristia. Aconteceu, porém, que quando o padre Pedro de Praga, da Boêmia, celebrou uma Missa na cripta de Santa Cristina, em Bolsena, Itália, aconteceu um milagre eucarístico: da hóstia consagrada começaram a cair gotas de sangue sobre o corporal após a consagração. Alguns dizem que isto ocorreu porque o padre teria duvidado da presença real de Cristo na Eucaristia. O Papa Urbano IV (1262-1264), que residia em Orvieto, cidade próxima de Bolsena, onde vivia S. Tomás de Aquino, informado do milagre, então, ordenou ao Bispo Giacomo que levasse as relíquias de Bolsena a Orvieto. Isso foi feito em procissão. Quando o Papa encontrou a Procissão na entrada de Orvieto, teria então pronunciado diante da relíquia eucarística as palavras: “Corpus Christi”. Em 11 de agosto de 1264 o Papa emitiu a bula "Transiturus de mundo", onde prescreveu que na quinta-feira após a oitava de Pentecostes, fosse oficialmente celebrada a festa em honra do Corpo do Senhor. São Tomás de Aquino foi encarregado pelo Papa para compor o Ofício da celebração. O Papa era um arcediago de Liège e havia conhecido a Beata e percebido a luz sobrenatural que a iluminava e a sinceridade de seus apelos.Em 1290 foi construída a belíssima Catedral de Orvieto, em pedras pretas e brancas, chamada de "Lírio das Catedrais". Antes disso, em 1247, realizou-se a primeira procissão eucarística pelas ruas de Liège, como festa diocesana, tornando-se depois uma festa litúrgica celebrada em toda a Bélgica, e depois, então, em toda o mundo no séc. XIV, quando o Papa Clemente V confirmou a Bula de Urbano IV, tornando a Festa da Eucaristia um dever canônico mundial. Em 1317, o Papa João XXII publicou na Constituição Clementina o dever de se levar a Eucaristia em procissão pelas vias públicas. A partir da oficialização, a Festa de Corpus Christi passou a ser celebrada todos os anos na primeira quinta-feira após o domingo da Santíssima Trindade. A celebração normalmente tem início com a missa, seguida pela procissão pelas ruas da cidade, que se encerra com a bênção do Santíssimo. Todo católico deve participar dessa Procissão por ser a mais importante de todas que acontecem durante o ano, pois é a única onde o próprio Senhor sai às ruas para abençoar as pessoas, as famílias e a cidade. Em muitos lugares criou-se o belo costume de enfeitar as casas com oratórios e flores e as ruas com tapetes ornamentados, tudo em honra do Senhor que vem visitar o seu povo. Tudo isto tem muito sentido e deve ser preservado. Começaram assim as grandes procissões eucarísticas e também o culto a Jesus Sacramentado foi incrementado no mundo todo através das adorações solenes, das visitas mais assíduas às Igrejas e da multiplicação das bênçãos com o Santíssimo no ostensório por entre cânticos cada vez mais admiráveis. Surgiram também os Congressos Eucarísticos, as Quarenta Horas de Adoração e inúmeras outras homenagens a Jesus na Eucaristia. Muitos se converteram e todo o mundo católico. O culto eucarístico não começou no século XIII, pois começou desde o Cenáculo, quando Jesus instituiu a sagrada Eucaristia. Mas faltava, porém, uma festa especial para agradecer ao "Prisioneiro dos Sacrários" esta presença inefável que o faz contemporâneo de todas as gerações cristãs. Era necessário, realmente, uma data distinta para que se manifestasse um culto especial ao Corpo e Sangue de Cristo, atraindo d’Ele novas graças e bênçãos para os que caminham neste mundo.

quinta-feira, 4 de junho de 2009

O "puxador de canto" e os músicos


Não como o pessoal de sua comunidade chama aquela pessoa que sustenta o canto durante as celebrações litúrgicas. Por isso, permita-me denominar esse personagem como “puxador de canto”. Aliás, nem seria muito aconselhável chama-lo de personagem, pois, tratando-se de um serviço litúrgico, a denominação mais correta seria a de um ministro da música. Se chamado assim ou de outro modo, creio que para início de conversa, nos entendemos.
Além do “puxador de canto”, vamos conversar também sobre os músicos que atuam na Liturgia. Aquele pessoal que sustenta o canto, que toca e faz a música acontecer durante a celebração litúrgica.


A arte de tocar e cantar a Liturgia
Animar a música durante uma celebração litúrgica requer arte e competência. Por isso, vamos dizendo, logo no início, que não é conveniente, e é falta de respeito para com uma ação litúrgica e com a assembléia presente, colocar qualquer pessoa para cantar ou fazer parte do ministério de música, o ideal é ter músicos experientes e cantores que dominem a arte de cantar.
Tocar com arte na Liturgia é, em primeiro lugar, ter consciência que se está prestando um serviço à comunidade através da música e não esquecer que, com seu instrumento musical e com sua voz, está celebrando e ajudando a celebrar o ato litúrgico.
Esses dois lembretes ajudam a entender uma coisa muito importante para quem exerce o ministério da música na Liturgia: não está cantando nem tocando por exibicionismo. Sua função é ajudar a assembléia a cantar e, através do canto, louvar, pedir perdão, rezar e salmodiar durante a celebração.
A arte de cantar e tocar na celebração tem um aspecto muito bonito. Os cantores dão o colorido à celebração. Se tocam e cantam bem, a celebração é bonita, gostosa. Se cantam mal, a celebração torna-se insuportável. Quando cantam bem, a gente tem pena quando acaba, mas, se ao contrário, cantam mal, o pessoal não vê a hora de acabar. Como se vê, e a experiência não desmente, a música é como que o termômetro da celebração. Um motivo a mais para que os cantores e tocadores sejam bons e afinados.
Um outro aspecto da arte de ser músico na Liturgia está no modo de tocar. Um grupo de rock, por exemplo, tem um jeito de tocar. Os pagodeiros tocam completamente diferentes. E mais diferente ainda toca o pessoal da MPB. Nenhum desses se compara ao grupo de músicos que atua na Liturgia. Estes têm um estilo próprio: o jeito de tocar e cantar na Liturgia. Se tocar como um conjunto de rock vai fazer muito barulho, o que não caracteriza a celebração litúrgica. O mesmo vale para as outras modalidades. Repito: o pessoal da música tem o seu jeito próprio de tocar nas ações litúrgicas. Nisso está a arte de saber tocar na Liturgia.


Os 30 pecados do músico na Liturgia

O jeito próprio de cantar na liturgia é o acompanhamento. O pessoal que toca deve saber tocar para ajudar o povo a cantar, acompanhar a assembléia litúrgica a cantar bem e sentir-se protagonista do canto. Ajudar a assembléia a rezar com a música, tanto ouvindo os instrumentos como cantando com os ministros da música. Serginho Valle, scj, Autor do Livro “Aprender a celebrar celebrando” e Pe. Joãozinho, scj, ministravam cursos e trabalhavam com o pessoal da pastoral litúrgica das comunidades, na Diocese de Taubaté. Pe. Joãozinho trabalhava com a parte musical. Antes de iniciar o curso, faziam uma pesquisa com os participantes, perguntando o que mais agradava e o que mais desagradava na Liturgia de suas comunidades. Era comum que a lista dos desagrados fosse sempre maior que a dos agrados. Foi assim, recolhendo esses dados da base, que Pe. Joãozinho elaborou uma lista dos “30 pecados do músico Litúrgico”. Posteriormente ele publicou essa lista no seu livro “Curso de Liturgia”.


1º. Fazer do altar um palco.

2º. Impor sempre o gosto pessoal.

3º. Cantar por cantar.

4º. “Só toco se for do meu jeito”.

5°. Ir sempre contra a idéia do Padre.

6°. Escolher sempre as mesmas músicas.

7°. Nunca sorrir.

8°. Usar instrumentos desafinados.

9º.Afinar o instrumento durante a missa.

10°. Tocar música de novela em casamento.

11º. Colocar letra religiosa em música da “parada”.

12º. Nunca estudar liturgia.

13º. Não prestar atenção na letra do canto.

14º. Não ler o Evangelho do dia, antes de escolher as músicas.

15º. Cantar forte demais no microfone.

16º. Volume dos instrumentos acima o volume das vozes.

17º. Grupo que canta tudo sozinho.

18º. Cantar só para se exibir.

19°. Distrair a assembléia.

20º. Não avisar ao padre as partes que serão cantadas.

21º. Nunca ensaiar novas canções.

22º. Ensaiar tudo antes da missa.

23º. Cantar músicas desconhecidas, do povo...

24º. Usar roupa bem extravagante, que chame a atenção.

25º. Fazer de conta que está num show de rock.

26º. Perder contato com a assembléia.

27º. Músicas fora da realidade.

28º. Fazer o máximo de barulho.

29º. Não ter vida interior.

30º. Repetir ao final de cada celebração: “Eu sou mesmo o melhor”.

As cinco virtudes do músico litúrgico
Para não ficar só no negativo, vão aí 5 virtudes dos músicos que ajudam a cantar bem na assembléia:

1º. Rezar com seu instrumento musical.

2º. Ajudar a assembléia através do canto.

3º. Cantar com o coração, porque pelo canto louva a Deus.

4º. Quer ver o povo cantar e esforça-se para isso.

5º. Colocar seus talentos e dons musicais a serviço da comunidade.

CONCLUSÃO
Nem sempre é fácil encontrar pessoas que cantem e toquem com arte nas celebrações. Quando isso não acontece, é preciso formá-las. É quando entra em ação a formação litúrgica, um trabalho a ser feito pela Equipe Litúrgica da Comunidade.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Santíssima Trindade


O Espírito Santo cujo advento celebramos no dia de Pentecostes veio nos recordar neste última parte do ano (do pentecostes ao advento, 6 meses). O dogma fundamental em torno do qual todo o cristianismo gravita é este da Santíssima Trindade, de quem tudo nos vem e a todos os que receberem o sinete do seu nome deve regressar. Depois de nos lembrar no decorrer do ano litúrgico o Pai Criador, o Filho Redentor e o Espírito Santificador e regenerador das almas, a Igreja recapitula hoje antes de mais os elementos fundamentais ao grande mistério em que adoramos a Deus uno em natureza e trino em pessoas.
O dogma da Santíssima Trindade aparece constantemente na Liturgia da Igreja. É em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo que se começa e acaba a missa, ofícios litúrgicos e os sacramentos. Todo salmo e fecham pelo Gloria patri.
Até o Século XII era comum representar o Pai por uma mão que saia das nuvens do céu a abençoar. Nos séculos XIII e XIV começou a aparecer a face e depois o busto inteiro. A partir do século XV começou o Pai a ser representado por um ancião usando vestes pontificais. Até o século XII a segunda pessoa da Santíssima Trindade era figurada com mais freqüência pela cruz ou pelo cordeiro, ou ainda por um jovem gracioso do jeito de Apolo do paganismo. A partir do século XV, a terceira da santíssima trindade, assume proporções de um homem, semelhante ao Pai e o Filho, somente com a pomba nas mãos ou na cabeça para distinguir das outras pessoas. Depois do século XVI a pomba volta a tomar o lugar exclusivo na representação do Espírito Santo.